O HIKE foi um intercâmbio destinado a jovens curiosos sobre o poder de caminhadas no desenvolvimento das habilidades de cada indivíduo, mas também desenvolve a capacidade de futuros líderes da UE para trabalhar de forma eficaz em equipas transnacionais e multiculturais.
Vamos ver o que o João, a Beatriz, o Xavier, o Bruno, a Maria e a Mariana têm a dizer sobre a sua participação:
A minha primeira interação com os projetos Erasmus+ decorreu no passado mês de agosto através da participação no projeto Youth Exchange Hike, que decorreu de 19 de agosto a 30 de agosto, em Montella, Itália. Apesar dos receios iniciais por ser a minha primeira grande experiência internacional, assim cheguei a Itália e conheci os restantes membros do projeto, rapidamente me integrei e me senti em casa. Todo o pessoal da organização era super atencioso e pronto a ajudar, e isso, notoriamente, se revelou fulcral para o bom funcionamento do projeto. Com o objetivo de durante 10 dias criarmos uma comunidade, o que inicialmente era um grupo de 40 desconhecidos, rapidamente elaboramos grupos de trabalho e definimos tarefas diárias para garantir a manutenção dos espaços comuns, alimentação, higiene e bem estar.
Este projeto tinha por mote o tema da inclusão social, e deste modo, durante os 10 dias em que decorreu o projeto, executámos diversas atividades que tinham por objetivo discutir e debater temas relativos à inclusão social e compará-los através dos diferentes países participantes. Sinto que este projeto foi fulcral no desenvolvimento da nossa cidadania europeia e no despertar do sentido humanista em nós. Certos temas que anteriormente poderíamos não racionalizar no nosso dia a dia, foram questionados e penso que isso desenvolveu imensas capacidades em cada um de nós.
Quanto a mim, por ter estado na equipa da organização da caminhada diurna, que nos obrigou a pensar em formas de gerir 40 pessoas a caminhar por uma floresta que desconhecíamos e garantir a segurança de todos, sinto que desenvolvi competências como liderança, autonomia, trabalho em equipa, resolução de problemas e gestão de projetos/atividades.
Contudo, o que quero destacar de todo este projeto são as relações que foram criadas entre todos nós. Conhecer pessoas de países tão diversos com backgrounds diferentes e culturas diferentes foi, sem dúvida, aquilo que me marcou mais em todos estes dia, e tenho a certeza que apesar da distância que nos separa a todos, as amizades perdurarão e os reencontros acontecerão.
Resta-me agradecer à Check-In, por me ter introduzido neste projeto, à Agenzia Promozione Giovani por o ter organizado, e à União Europeia e, consequentemente à Comissão Europeia, por permitir que projetos deste âmbito ocorram e permitam aos cidadão europeus participar em atividades tão enriquecedoras quanto esta foi para mim. Foi o primeiro projeto e certamente não será o último, obrigado.
João R.
O projeto HIKE ofereceu-me muitas coisas. Desde logo, uma oportunidade para passar dez dias num local lindíssimo, escondido nas montanhas do sul de Itália e rodeado de floresta. A falta de rede móvel disponível num sítio tão inóspito acabou por ser uma enorme vantagem, na medida em que nos sentimos imersos numa pequena comunidade quase autossuficiente e desligada dos problemas do mundo exterior. Todo o tempo era passado num convívio com outras pessoas, durante o dia nas atividades que se debruçavam sobre o tema do projeto: o combate à discriminação, ao fim da tarde a jogar jogos, a conversar, a experimentar as delícias italianas que o restaurante à beira da estrada oferecia, e, evidentemente, a explorar os bosques de bétulas que rodeavam o espaço onde viviamos. As caminhadas permitiram conhecer as redondezas e desafiaram as nossas capacidades, quer individuais como de grupo, e o clima incerto deixou-nos boquiabertos, sobretudo quando uma tempestade de granizo brutal se abateu sobre o nosso abrigo. As atividades promoveram discussões interessantes, muitas das quais se estendiam para além do tempo delimitado e continuavam à volta da fogueira, já depois dos jantares, onde a comida deliciosa cozinhada pelo Stefano não provocou qualquer tipo de embaraços, mesmo sendo totalmente preparada à base de plantas e ingredientes vegan. Não faltou ainda uma hipótese de fazer turismo na caótica mas, mesmo assim, atraente cidade de Nápoles, onde pudemos experimentar a piza frita do sul italiano e comer muuito gelado, enquanto admirávamos a arquitetura e a costa amalfitana. Mas o mais importante, e que nunca vou esquecer, são as amizades que cultivei durante o projeto e o intercâmbio de culturas que o HIKE permitiu. A semana e meia que passei em Montella foi muito feliz e rematou o meu verão de forma maravilhosa, o meu único desejo era poder viver tudo outra vez 🙂
Mariana C.
De 19 a 30 de Agosto, 6 jovens portugueses estiveram nas montanhas remotas de Montella num intercâmbio de jovens, com a premissa de trabalhar na inclusão social. As caminhadas e o contexto ao ar livre foram escolhidos devido à capacidade que têm de melhorar a comunicação, permitindo que os participantes de diferentes origens culturais se conectem e promovendo a criação de laços mais fortes. Através da privação de coisas que normalmente consideramos básicas (serviço móvel, água sempre quente e casas de banho sem fila), fomos dia a dia crescendo, criando uma pequena comunidade plant based que se reunia todos os dias para discutir problemas relacionados com a inclusão social, os problemas da Europa e do Mundo, e que de noite se reunia à volta da fogueira a compartilhar as histórias dos nossos passados e os nossos planos para o futuro. Para além das ligações criadas com os participantes dos restantes países (Alemanha, Espanha, Estónia, Hungria, Itália e Roménia), ficará sempre na minha memória aquela pequena “cabana” onde descobri tanto sobre mim e sobre o que me rodeia, o poder das palavras e de um abraço.
Este intercâmbio acabou por ser mais do que um intercâmbio, foi uma experiência de autodescoberta e desenvolvimento pessoal.
Montella?? Montella Montella!
Bruno F.
O projeto HIKE terá sido bastante enriquecedor de forma emocional, física e social. Tratar temas sobre a inclusão, opressão e estereótipo quando incluída numa comunidade com várias culturas e costumes, desenvolve a oportunidade de experienciar novas opiniões e perspetivas, através de conversas verbais, como visuais através das artes, escrita, desenho e teatro. Ainda, atividade física entre caminhadas que uniram o grupo. O conjunto de fatores que influenciaram as semanas terão sido positivamente fundamentais para a atual mente perceber o sucesso. Desde da localização do espaço (isolados entre as montanhas, sem rede), a equipa experiente em conhecimento, exercícios e paixão (treinador, logística e chef vegano); os participantes (diferentes energia e valores) e ainda a meteorologia (sol escaldante, chuva tremenda, granizo surpreendente e frio gélido) permitiu uma experiencia completa em vários ambientes; Essencialmente, a experiencia foi um sucesso! Onde o a minha capacidade de auto reflexão terá sido um elemento desenvolvido, que posteriormente possibilitou novos valores pessoais, onde a confiança, autoestima e instinto são realçados.
Maria P.
Esta experiência foi para mim inesquecível. Foi o meu primeiro projeto deste tipo e não poderia ter corrido melhor. Destaco o bom ambiente entre todas as pessoas do projeto, toda a gente trabalhou em equipa para que houvesse boa cooperação, respeito e boa energia, e assim foi do início ao fim. Foi especial ter compartilhado estas (quase) duas semanas com toda a gente, mas mais especificamente com o grupo de portugueses com quem fui. Criamos logo uma grande empatia desde o primeiro dia e sempre nos demos bastante bem. Parecia que nos conhecíamos há anos. Tudo isto facilitou a convivência num grupo de 40 pessoas num espaço pequeno, no meio do nada, com água fria (quase sempre) para tomar banho, espaços comuns reduzidos, e com muito pouco acesso a rede móvel no telemóvel.
Talvez por isto tudo foi tão especial. Tivemos oportunidade de nos afastarmos do vício constante de estar “ligados” online, de estar constantemente no telemóvel, de não termos as comodidades básicas que tomamos como garantidas no nosso dia a dia que nos facilitam a vida etc.. Sinto que precisava desta experiência para realmente sentir a vida de uma maneira mais autêntica, e felizmente isso aconteceu. Perdi noção do tempo, não senti falta de ver as notificações do telemóvel, consegui adaptar-me à água fria logo pela manhã, a comer todos os dias comida vegetariana cozinhada por um chef napolitano, a tentar dormir o melhor que podia quando não tinha as melhores condições, etc… Foi sem dúvida algo especial que me fez crescer como pessoa.
O projeto em si foi importante da maneira que nos fez pensar e refletir sobre temas atuais que muitas vezes não pensamos tanto, ou pelo menos não temos um grupo de pessoas com quem partilhar as ideias de forma tão aberta. Fizemos atividades de grupo que ajudaram não só à integração de todos como também de reflexão sobre problemas que afetam a nossa sociedade nos tempos atuais e que temos o dever como cidadãos de pensar em estratégias para combatê-los. Tivemos também a noite cultural que tão boa foi para conhecermos melhor outras culturas, aprender mais sobre as pessoas e consequentemente de nos aproximarmos mais delas. Tivemos também a oportunidade de ir a Nápoles e poder visitar a cidade por um dia, até de irmos à praia, já nos arredores da cidade.
Estar num local rural tão remoto, a conviver tão diretamente com a Natureza e a fazer caminhadas em grupo, e ao mesmo tempo ter tido a oportunidade de ir a uma cidade grande e caótica como Nápoles foi sem dúvida uma experiência completa, pois pude disfrutar de dois mundos opostos.
Este foi o meu primeiro projeto mas de certeza não será o último. Foi especial e estou por isso muito agradecido à Check-In e à Agenzia Promozione Giovani por me terem proporcionado esta experiência inolvidável.
Xavier B.